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Desafios do empreendedorismo digital na área da saúdeAmbos têm em comum um ímpeto natural pela inovação e empreendedorismo. Estamos falando do anestesista Diógenes Silva, CEO da Anestech, e do cardiologista e emergencista Jamil Cade,CEO da W3.care. 

Em termos cronológicos, Diógenes foi o primeiro a apostar em ferramentas digitais aplicadas à saúde. Sempre afeito à informática, ele lembra que há cerca de 30 anos, quando chegou à Federal de Santa Maria (RS) para cursar a faculdade de medicina, carregava debaixo do braço um 286, famoso computador da época fabricado pela IBM.

Interesse por bioestatística já sinalizava perfil diferente 

Na faculdade, o interesse por bioestatística já sinalizava ao mesmo tempo um perfil diferente em relação aos colegas e também a paixão pelos dados, algo que ele mantém vivo nas soluções que a Anestech oferece baseadas em inteligência artificial. Sempre disposto a correr riscos e aprender com os erros, Diógenes tem opiniões fortes sobre o futuro da medicina e o ecossistema digital na área de saúde.

Jamil, por sua vez, percorreu caminho mais tradicional antes de se jogar no empreendedorismo. Formado no Espírito Santo, trabalhou por 17 anos como emergencista do hospital Albert Einstein, em São Paulo, entre outras instituições médicas. Foi lá que teve contato com uma das primeiras soluções digitais de suporte à tomada de decisão em casos de infarto.

Jamil achou que poderia perder o emprego para um robô

A primeira reação foi de resistência. Assim como muitos profissionais de saúde envolvidos no dia-a-dia hospitalar e nas demais ocupações tradicionais na medicina, Jamil se sentiu ameaçado pela solução tecnológica que lhe foi apresentada. Achou que poderia perder o emprego para um robô.

O que aconteceu depois foi justamente o contrário. A resistência inicial rapidamente deu lugar a uma motivação incansável em perseguir as possibilidades da telemedicina. Mudou quase toda a sua rotina de trabalho até então para se dedicar, a partir de 2014, à W3.care. 

Jamil percebeu que poderia causar mais impacto na área da saúde, em termos de escala, por meio dos produtos desenvolvidos por sua empresa do que atuando como emergencista. E isso de fato ocorreu. Inclusive em relação ao seu próprio desempenho como médico, uma vez que o seu número de atendimentos cresceu quase 50% depois de fundar a W3.care e empregar as soluções da empresa na sua rotina profissional.

Desafios do empreendedorismo digital na área da saúde – O que a máquina faz melhor que o humano é desumano

Apesar das resistências que enfrentam, e garantem que não são poucas, Jamil e Diógenes têm a certeza de que estão ajudando a diminuir as dores dos pacientes em vez de “roubar” o lugar do médico no sistema de saúde. 

“O que a máquina faz melhor que o humano é desumano”, diz Diógenes se referindo a uma frase que é mantra no time da Anestech. As tecnologias permitem, defende ele, que o médico faça aquilo que só ele consegue fazer, ou seja, pôr em práticas habilidades humanas de empatia, de passar segurança ao paciente, de resolver conflitos, de contrabalancear o raciocínio frio e técnico com a consideração pelo sentimento alheio.  

“Essas coisas que a gente deixou de fazer justamente porque robotizamos a medicina nos últimos 30 anos”, afirma o CEO da Anestech, criticando o foco demasiado no faturamento de insumos médicos em vez da experiência do paciente.

Ambos viveram na prática o que se conhece por carreira em Y. Esse bifurcação é mais presente hoje na vida de Jamil, que ainda não largou completamente a linha de frente do sistema tradicional de saúde. Apesar do envolvimento intenso na rotina da empresa, com reuniões em série que facilmente passam das 23h, Jamil dedica dois dias da semana para trabalhar pelo SUS. 

Quem não está correndo risco não está inovando

Já Diógenes tem sua rotina inteiramente dedicada aos negócios. Para ele, é preciso não só estar totalmente focado no produto, mas também saber como vendê-lo. E isso significa também educar o mercado e não esperar aprovação antes de entregar resultados após resultados de excelência. 

Daí que ele tira a máxima de que empreender é não dar mais bola para o risco. Pois ele é inerente à inovação. Para Diógenes, o conceito de inovar implica necessariamente em se manter fora da zona de conforto e correr riscos. Empreendedor que não tem essa pegada é camarão que dorme e a onda leva, brinca ele.

Tanto Jamil quanto Diógenes concordam que empreender com tecnologias de saúde depende muito do time de especialistas que a startup forma. Conhecimento técnico e envolvimento são essenciais, afirmam. 

Desafios do empreendedorismo digital na área da saúde – Estude o mercado e aposte na sua equipe

Evitar ser o dono da razão é outro ponto chave. Eles citam casos de como novas oportunidades surgem quando se está aberto para sugestões, sejam elas de colaboradores, clientes ou fornecedores. 

Estudar o mercado também é fundamental. Existe uma lógica e uma estratégia por trás do empreendedorismo que pode ser, senão aprendida, ao menos baseada ou copiada na experiência de outros empreendedores. Livros e outras fontes de informação ajudam muito numa área que não se aprende na faculdade, apenas no cotidiano do mercado.

O recado final é otimista. Ambos consideram haver espaço para todos no mercado de inovação tecnológica em saúde. “Há muito mais dores que precisamos atacar do que players no mercado. E o tempo inteiro nos damos conta de que novas soluções são necessárias”, conta Jamil.

Para saber em detalhes as histórias de Diógenes e Jamil

Quer saber mais detalhes da carreira dos médicos e CEOs Diógenes Silva e Jamil Cade? Clique aqui para acessar. 

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