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Medicina Personalizada: a revolução dos sensores vestíveis 

Medicina Personalizada: a revolução dos sensores vestíveis: A combinação tecnológica entre sensores corporais e inteligência artificial está revolucionando a medicina no monitoramento de pacientes fora do consultório e na previsão de complicações de saúde. Sensores vestíveis (wearable sensors) como relógios, pulseiras, plugs de ouvido, patches aderentes, entre outros, já eram largamente utilizados por profissionais e entusiastas do estilo de vida saudável. 

Agora, com o reforço de algoritmos capazes de analisar e interpretar grandes quantidades de dados, esses dispositivos, a maioria deles já validada e comercializada, serão cada vez mais essenciais no monitoramento de pacientes e diagnóstico de anomalias.  Com base num estudo publicado nos Estados Unidos, vamos destacar a seguir informações sobre o tema de acordo com diferentes áreas da medicina.

Saúde metabólica, cardiovascular e gastrointestinal

Monitores de glicose contínuo são usados desde o fim da década de 1999, mas todos são invasivos até certo ponto (por meio de agulha subdérmica ou inserção de filamento flexível). Nesse ponto, a tecnologia caminha para o desenvolvimento de monitores não invasivos, como relógios inteligentes, lentes de contato (detecção de níveis de glicose à base de lágrima) e transmissão de ondas de rádio de alta frequência e baixa potência através do lóbulo da orelha ou dedo indicador, onde o fluxo sanguíneo é alto. 

Já a exploração da saúde cardíaca e a detecção de arritmias fora do consultório estão bastante avançadas. ‘É talvez o campo da medicina onde os sensores vestíveis têm maior sucesso. Por exemplo, um sensor PPG (PPG do inglês photoplethysmograph) de relógio inteligente que pode ser combinado com um mecanismo de análise como o ecocardiograma para detecção de fibrilação atrial com precisão de 97%. 

Ou uma pulseira de relógio inteligente com capacidade para ECG que pode ser emparelhada com o smartwatch PPG para monitoramento contínuo passivo de fibrilação atrial. Um ensaio recente com o produto resultou em aumento de quase quatro vezes no diagnóstico de fibrilação atrial. Ou, ainda, a combinação da tecnologia de detecção de arritmia com um desfibrilador portátil, com registros de sobrevida a eventos agudos de 99,2% 

Medicina Personalizada: Sensores vestíveis revolucionam monitoramento

O diagnóstico e o monitoramento da hipertensão é difícil no modelo tradicional de medicina, pois uma única medição de pressão arterial muitas vezes não captura a verdadeira condição do paciente ao longo do dia. Novos dispositivos que prometem mudar o paradigma atual de monitoramento de hipertensão usam pulseiras infláveis ou métricas de pressão arterial baseadas em ondas de pulso óptico.

Tecnologias vestíveis para detectar, diagnosticar e gerenciar as condições gastrointestinais ainda são limitadas. Sensores com detecção de som para avaliar o reengajamento do trato gastrointestinal pós-cirurgia, e sensores que acompanham a atividade mioelétrica gástrica por meio de eletrodos para medir o comportamento motor do estômago, intestino delgado e cólon, são exemplos de tecnologia vestível nessa área. 

Por outro lado, um sensor ingerível é aposta para diagnosticar a desaceleração gastrointestinal ou monitorar a ingestão de alimentos via

movimento gastrointestinal. Esse dispositivo adere à parede do estômago ou revestimento intestinal, medindo as contrações rítmicas do trato digestivo.

Medicina Personalizada: Sono, neurologia, saúde mental e distúrbios do movimento

São áreas em que os sensores vestíveis estão proporcionando diagnósticos precoces e melhorias no monitoramento de pacientes. Em forma de anéis, dispositivos apresentam sensibilidade de 96% para detectar o sono em comparação com a polissonografia, que é o exame mais acurado na especialidade. Casos de apneia, um dos distúrbios do sono mais comuns, têm sido detectados com sucesso de várias maneiras, com seus dados muitas vezes interpretados por meio de algoritmos de inteligência artificial. 

Problemas de saúde cuja privação de sono é um complicador (doenças cardíacas, obesidade, diabetes, depressão, dificuldades motoras) também estão sendo tratados com a ajuda de monitoramento contínuo. Rastrear com mais precisão sintomas neurológicos e mentais agudos e crônicos, ampliando as chances de intervenção em tempo real, é outro benefício. 

Um exemplo é uma pulseira que indica com precisão de até 70% o estado de humor do paciente (relaxado, ansioso, animado ou divertido). A combinação desses dados e com o histórico pessoal do paciente e com dados populacionais relativos ao problema permite que a plataformas de inteligência artificial possam aprender e prever a necessidade de intervenção médica.

Cuidado materno, pré e neonatal

Monitoramento remoto e abordagens baseadas em telemedicina melhoram muito o acesso aos cuidados para mulheres em relação à fertilidade, pré-natal e saúde pós-parto. Pulseiras aumentam as chances de concepção acompanhando a ovulação por meio de mudanças fisiológicas, como a temperatura corporal, bioimpedância, frequência cardíaca, entre outros fatores. 

Um outro dispositivo vestível rastreia contrações no terceiro trimestre da gravidez, obtendo sucesso de 87% na previsão do parto dentro de 24 horas. Mas nem todos aprovam as novas tecnologias. Meias, roupas e bandas que monitoram dados fisiológicos de recém-nascidos, como frequência de pulso e movimento respiratório, receberam críticas nos Estado Unidos de que poderiam encorajar os pais a usá-los em seus filhos, aumentando o risco de intervenções desnecessárias ou mesmo prejudiciais. Para a comunidade médica pediátrica, no entanto, são alegações infundadas.

Saúde pulmonar e exposições ao ambiente

O fato de a maioria das anormalidades das vias aéreas causar sons anormais é a base de muitos dispositivos vestíveis desenvolvidos nesse campo. Um sensor usado no peito, segundo estudos, pode rastrear asma em jovens de 13 a 17 anos com precisão de 71%. Enquanto o chiado está associado à asma e doença pulmonar obstrutiva crônica, o som de crepitação fina é associado a pneumonia, insuficiência cardíaca congestiva e fibrose pulmonar. 

Já a medição da influência de fatores ambientais na saúde do paciente é um desafio à parte dado o grande número de fatores envolvidos. Um sensor já conhecido são os patches para medir luz ultravioleta e exposição à radiação. 

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