Menos atrito e melhores processos: startup IClinic – Dizer que a tecnologia está presente na medicina é chover no molhado. Mas, na prática, de que forma a tecnologia impacta o cotidiano do médico? E como esse médico faz uso, de fato, da tecnologia? Neste artigo vamos falar de uma iniciativa que retira atrito e melhora processos nas clínicas e consultórios.
Felipe Lourenço, graduado em informática biomédica pela USP de Ribeirão Preto, é um empreendedor digital, co-fundador e CEO da IClinic. A empresa é considerada uma das healthtechs (startups especializadas na área de saúde) mais promissoras do mercado brasileiro.
Em julho deste ano, a revista Exame fez uma matéria sobre a IClinic revelando que a startup fundada em 2012 fechou a sua rodada de investimento série B com um cheque assinado pelo fundo para América Latina do conglomerado japonês SoftBank. O valor do aporte não foi divulgado.
Neste mês de outubro, a empresa foi adquirida pelo maior grupo de educação médica do Brasil, Afya Educacional, por R$ 182,7 milhões, segundo a mesma revista EXAME. Felipe Lourenço e o restante do time continuarão no comando da healthtech.
Menos atrito e melhores processos: startup IClinic – Líder na digitalização do setor de saúde no Brasil
Na matéria feita pela revista Exame, o diretor do SoftBank Group International, Felipe Rodrigues Affonso, teceu elogios sobre a empresa: “Acreditamos que a iClinic é quem está melhor posicionada para liderar a digitalização do setor de saúde no Brasil, que se encontra em um ponto de inflexão na atual pandemia”.
Atualmente, as plataformas tecnológicas desenvolvidas pela IClinic atendem mais de 23 mil médicos em 750 cidades do país. De acordo com Felipe, a empresa surgiu da percepção, lá em 2012, de que as inovações tecnológicas na área médica eram quase totalmente voltadas para os grandes players do sistema, hospitais, laboratórios e operadoras de plano de saúde.
Há oito anos 70% dos médicos controlavam seus processos por meio do papel
“Percebemos que o médico da ponta, o médico independente que vivia o dia-a-dia de seu consultório, de sua clínica, atendendo dezenas, centenas e até milhares de pacientes por mês, esse médico era renegado pelo mercado de tecnologia em saúde”, conta Felipe, que se recorda de uma pesquisa daquela época segundo a qual 70% dos médicos do Brasil ainda controlavam a maioria de seus processos usando papel, isso há apenas oito anos.
O que havia então eram softwares pesados, que vinham em CDs e tinham que ser instalados no computador. Mas o pior era a interface, que era feita por programadores sem pensar no usuário. Felipe e seus sócios decidiram então desenvolver, como primeiros produtos da IClinic, um controle de agenda e um prontuário eletrônico.
O pulo do gato da IClinic
“Começamos por isso porque são as ferramentas mais essenciais no dia-a-dia do médico. Quando o profissional abre um consultório, uma clínica, e pensa em se digitalizar, essas são as duas coisas que vêm primeiro à cabeça: controlar minha agenda e acompanhar meus pacientes pelo prontuário”, diz Felipe.
O pulo do gato da IClinic foi o modo como desenvolveram os produtos, baseado em três pilares. O primeiro foi tornar os produtos 100% online, e que pudesse rodar em qualquer dispositivo, computadores, tablets e smartphones. “De acordo com o Conselho Federal de Medicina, os médicos trabalham em três a quatro lugares diferentes ao longo da semana”, afirma Felipe, ressaltando a necessidade de mobilidade dos produtos, já que por estarem na nuvem podem ter dados e informações acessados de qualquer lugar, a qualquer momento.
Menos atrito e melhores processos: startup IClinic – Foco na experiência do usuário
O segundo pilar foi o foco na experiência do usuário na interface. Ao contrário daqueles programas antigos, a IClinic buscou uma plataforma fácil e simples de usar, com poucos cliques necessários para as tarefas e uma curva de aprendizado baixa e rápida. “A gente aproveitou a nossa experiência e formação vinda da informática biomédica para entender melhor a dor dos médicos em relação aos softwares”, conta Felipe. O objetivo foi de que mesmo aqueles profissionais ainda avessos à tecnologia pudessem usar o produto sem dificuldades.
O terceiro pilar foi customer service. Os produtos da IClinic foram as primeiras soluções tecnológicas de saúde no Brasil dentro do conceito SaaS (software as a service, na sigla em inglês). “O software não é mais encarado como um produto, mas uma prestação de serviço”, explica Felipe. Com isso, em vez da compra do produto, há a assinatura do serviço, com baixo custo de entrada aliado à fidelização e monetização pela recorrência. Ou seja, o médico paga mensalidade sobre o uso do softwares e conta com a prestação de serviço da IClinic enquanto mantiver o contrato.
IClinic ampliou seus negócios e atualmente oferece cinco produtos
A partir do sucesso dos primeiros produtos, a IClinic ampliou seus negócios. Atualmente são oferecidos cinco produtos desenvolvidos para gestão de carreira, consultórios e clínicas de médio porte. “Hoje aplicamos o conceito de One Stop Shop de tecnologia para o médico. Queremos que o médico, ao utilizar a IClinic, tenha todas as ferramentas de que precisa para gerenciar o negócio”, diz Felipe.
Os cinco produtos são o controle de agenda, o prontuário eletrônico, um módulo de marketing médico e relacionamento, que o ajuda a se posicionar nas redes sociais e gerenciar o fluxo de comunicação, um módulo de gestão, com recursos para controle financeiro, e, por fim, um módulo recém-lançado para a telemedicina.
A IClinic comercializa o pacote inteiro e também por módulos. “A gente entende que cada médico está em seu momento particular de maturidade em relação à gestão e à prática clínica. Por isso desenvolvemos esse sistema modular”, explica Felipe.
Quer saber mais sobre a história da IClinic e o os produtos digitais voltados para o cotidiano médico? Ouça o episódio do podcast aqui! Você tem alguma dica para dar para o Saúde Digital? Quer sugerir um tema? Sua participação é muito importante! Clique aqui para falar conosco.
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