Nos últimos anos, o Estado brasileiro tem se interessado em explorar o potencial do ecossistema de saúde digital e está investindo no desenvolvimento de uma infraestrutura de saúde digital. Para apoiar o desenvolvimento de soluções de saúde digital, o Estado brasileiro criou a Rede Nacional de Dados em Saúde (PNDS) e a Estratégia de Saúde Digital (ESD), responsáveis por promover iniciativas de saúde digital e garantir que elas atendam a determinados padrões .
O objetivo é explorar o potencial da telemedicina e do monitoramento remoto para melhorar o acesso aos serviços de saúde. Ao final, espera-se concluir o desenvolvimento de uma plataforma nacional de telemedicina que permitiria que os médicos do SUS possam atender por telemedicina em qualquer lugar do país.
Por fim, o governo também está trabalhando no desenvolvimento de um Sistema de Registro Eletrônico de Saúde, que permitiria aos profissionais de saúde acessar e compartilhar dados de pacientes com segurança e eficiência. Ao mesmo tempo, as informações colhidas no sistema serviriam para a vigilância de agravos e para a elaboração de políticas públicas com base em indicadores de saúde populacional.
A última novidade foi a criação da Secretaria de Informação e Saúde Digital, um órgão para dar mais protagonismo ao tema na formulação das políticas públicas. Quer saber mais sobre o tema? Acompanhe!
Mas o que é Saúde Digital?
Se você acompanha o Saúde Digital há mais tempo, já deve ser fluente nos conceitos da saúde digital. Mas é possível que você tenha chegado aqui pela primeira vez, então nunca é demais enfatizar os pontos principais do futuro da medicina.
A saúde digital é o uso da tecnologia da informação e ferramentas relacionadas para melhorar os resultados de saúde, o atendimento ao paciente e a qualidade dos serviços médicos. Isso inclui o uso de tecnologias digitais para:
- facilitar a comunicação entre profissionais de saúde e pacientes;
- coletar dados de saúde e fornecer serviços de saúde;
- ajudar as pessoas a gerenciar sua própria saúde e entender melhor suas condições.
Alguns exemplos de ferramentas digitais de saúde incluem os prontuários eletrônicos de saúde, a telemedicina, os aplicativos móveis de saúde e dispositivos inteligentes de saúde.
A saúde digital tem o potencial de melhorar os resultados dos pacientes, reduzir custos e capacitar os pacientes a assumir o controle de sua saúde. Ao aproveitar os dados de saúde existentes, as soluções digitais de saúde podem ajudar os médicos a identificar populações em risco, fornecer cuidados preventivos e a criar planos terapêuticos personalizados. A saúde digital permite também o acesso em tempo real aos registros de saúde do paciente e informações sobre o comportamento do paciente, levando a decisões mais bem informadas.
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No nível organizacional, a tecnologia também pode impulsionar a eficiência, simplificando os processos administrativos e reduzindo a burocracia. Ao automatizar processos como faturamento, agendamento de pacientes e geração de relatórios, a saúde digital pode economizar tempo e liberar recursos para a otimização da assistência direta ao paciente.
Por fim, as soluções digitais de saúde também podem melhorar a precisão das informações e reduzir erros, levando a uma maior segurança e qualidade do atendimento.
A saúde digital está transformando a assistência médica e seu potencial está apenas começando a ser realizado. À medida que a tecnologia avança, aumentam as possibilidades de soluções digitais de saúde. Desde o desenvolvimento de sistemas de suporte à decisão orientados por IA até o uso de dispositivos vestíveis e sensores para coletar dados de saúde, a saúde digital está mudando a maneira como os cuidados de saúde são vivenciados e prestados.
Como funcionará a nova Secretaria de Informação e Saúde Digital?
A nova Secretaria de Informação e Saúde Digital será composta por três departamentos:
- Departamento de Saúde Digital e Inovação;
- Departamento de Informação e Informática do Sistema Único de Saúde
- Departamento de Monitoramento, Avaliação e Disseminação de Informações Estratégicas em Saúde
A Secretaria será comandada por Ana Estela Haddad, que apresenta o seguinte currículo:
- Professora titular da Faculdade de Odontologia da USP;
- coordenadora do Núcleo de Telessaúde e Teleodontologia;
- coordenadora-adjunta do Núcleo de Apoio à Pesquisa em Políticas Públicas Escola da Metrópole do Instituto de Estudos Avançados;
- membro do Comitê Assessor da Rede Universitária de Telemedicina;
- diretora científica da Associação Brasileira de Telemedicina e Telessaúde.
O novo órgão terá também as seguintes atribuições gerais:
- apoiar as Secretarias do Ministério da Saúde, os gestores, os trabalhadores e os usuários no planejamento, no uso e na incorporação de produtos e serviços de informação e tecnologia da informação e comunicação – TIC; incluídos telessaúde, infraestrutura de TIC, desenvolvimento de software, interoperabilidade, integração e proteção de dados e disseminação de informações;
- monitorar o portfólio de tecnologias de saúde digital do Ministério da Saúde, inclusive os dicionários de dados, sistemas nacionais de informação em saúde, sistemas internos de gestão, tecnologias de telessaúde, padrões semânticos e tecnológicos e demais soluções de hardware e software;
- coordenar a Política de Monitoramento e Avaliação do SUS;
- coordenar a Política de Inovação em Saúde Digital do Ministério da Saúde;
- coordenar as políticas de prospecção e incorporação de tecnologias digitais e telessaúde ao Sistema Único de Saúde;
- definir critérios e coordenar a gestão do acesso e compartilhamento das bases de dados do Ministério da Saúde;
- definir, implementar e monitorar as políticas, práticas e procedimentos relativos à proteção de dados, no âmbito Ministério da Saúde;
- monitorar a conformidade das políticas de TIC e de proteção de dados com as normas e políticas de tecnologia, informação e comunicação da administração pública federal;
- coordenar a implementação e a atualização da Política Nacional de Informação e Informática do SUS e o Plano Diretor de Tecnologia da Informação, no âmbito do Ministério da Saúde;
- definir programas de cooperação tecnológica e educacional com gestores, entidades de pesquisa e ensino e organizações da sociedade civil para prospecção e transferência de tecnologias digitais e para formação em saúde digital;
- definir padrões tecnológicos e semânticos para o desenvolvimento, a integração e a interoperabilidade de soluções de TIC e saúde digital, inclusive telessaúde, no âmbito do SUS.
Portanto, a criação da Secretaria de Informação e Saúde Digital mostra a grande relevância do tema. Independentemente do viés ideológico, todos os últimos governos brasileiros vêm ampliando o protagonismo da saúde digital no Sistema Único de Saúde. O impacto positivo da implementação das tecnologias de informação é tamanho que elas não são mais uma política de governo, mas uma política de Estado.
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