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A cannabis medicinal e o sistema endocanabidioide são assuntos muito discutidos hoje na medicina. Inicialmente acompanhada de muito estigma, a aplicação dos canabidinoides na prática clínica vem mostrando resultados promissores em pesquisas clínicas para o tratamento de condições, como a epilepsia e as náuseas de pacientes que passam pela quimioterapia.

Apesar disso, no Brasil, ainda não há muitos canais de informação em que os médicos possam obter informação técnica de forma simplicada. Por isso, o formato de podcast pode ser muito interessante, visto que pode ser ouvido no carro, durante as atividades físicas e em diversos momentos. O Saúde Digital Ecossistema buscou alguns episódios sobre o tema e fizemos uma curadoria para os nossos colegas médicas. Acompanhe!

Podcasts sobre Cannabis Medicinal

O Cannabicast é um podcast apresentado pelos hosts:

  • Rafael Pessoa, médico pelo Universidade Federal do Rio de Janeiro, cirurgião geral e Diretor Médico da Cannect, uma empresa do setor de canabidioides;
  • Camila Pupe, que é professora de neurologia da Universidade Federal Fluminense e PhD em neurologia.

Na descrição do podcast, eles prometem trazer o que há de mais relevante sobre o uso medicinal dos canabidioides, unindo teoria e prática para que os médicos e profissionais da saúde fiquem antenados nas melhores evidências científicas sobre o tema.

Evolução história da Cannabis medicinal e do sistema endocanabidioide

No primeiro episódio, eles conversam sobre a evolução história da aplicação da Cannabis na medicina. Essa jornada se inicia com a medicina tradicional japonesa praticada no período Jomon (12.000 AC) atá a contemporaneidade. Depois disso, eles discutem as descobertas sobre o Sistema Endocanabidioide, seus receptores e sua função orgânica.

Classes farmacológicas dos endocanabinoides

No segundo episódio, eles vão explicar quais são as principais moléculas canabidinoides, como o CBD e o THC. Muito se fala delas atualmente, mas pouco se discute o tema tecnicamente. Para cobrir essa lacuna, eles vão falar sobre como e onde elas atuam, cobrindo a farmacocinética e a farmacodinâmica dessas substâncias.

Ao final do episódio, você saberá:

  • as classes farmacológicas dos produtos atuais, que os divide em Espectro Completo, Espectro Amplo e Isolada
  • as principais indicações clínicas
  • o corpo de evidências atual.

O Panorama dos canabidinoides no Brasil e no Mundo

No episódio 3, eles conversam com uma convidada especial, a Maria Eugenia Riscala, que é especialista no mercado mundial da Cannabis. Ela vai discutir o panorama da comercialização dos canabidinoides no Brasil e no resto do mundo. Ela falará sobre os mais recentes relatórios de mercado, que mostram a resposta dos médicos e dos pacientes ao uso da Cannabis medicina. A partir dessa compreensão, o médico pode melhorar o acesso dos produtos a seus pacientes e tirar as dúvidas deles sobre esses novos fármacos.

 

Regulamentação brasileira da Cannabis Medicina e ensino nos cursos de medicina

No quarto episódio, eles falam sobre a regulamentação brasileira para a importação e comercialização de produtos canabidinoides. Você compreenderá:

  • os principais produtos canabidinoides disponíveis e as normas para prescrição de cada um deles;
  • quais são os principais obstáculos e formalidades que o paciente poderá enfrentar, mas também verá como ajudá-lo a facilitar o processo;
  • como a educação médica sobre Cannabis medicinal e sobre o sistema endocanabidinoide está evoluindo nas faculdades de medicina brasileiras.

Por que é tão importante se informar sobre a cannabis medicinal?

Bem, para a evolução da medicina, temos de nos ater às evidências científicas, não aos nossos preconceitos. Durante muito tempo, o uso medicinal da Cannabis foi discutido de forma leviana: de um lado, pessoas que a tratavam como uma panacéia (“um remédio para todos os males”) enquanto outros negavam qualquer possibilidade de aplicação clínica.

Precisamos nos lembrar que a descoberta de muitas classes de medicamentos que utilizamos hoje em dia partiu de plantas medicinais. Esse é o caso de:

Anticolinergios, que começaram a surgir devido à descoberta da escopolamina em plantas da família solanaceae. A partir dela, descobrimos os receptores muscarínicos e desenvolvemos uma ampla classe de fármacos, aplicada em diversas especialidades;

Anti-inflamatórios não-esteroidais, que começaram a ser desenvolvidos com a descoberta do ácido acetil-salicílico obtido do salgueiro. Após a aplicação da substância na medicina moderna, foram descobertas as enzimas ciclo-oxigenases e desenvolvidas toda a classe de inibidores da COX.

Portanto, assim como aceitamos o uso dessa medicação hoje em dia, precisamos ter abertura para incorporar a Cannabis na nossa prática. Para isso, precisamos ficar atentos às evidências científicas de alta qualidade que estão sendo divulgadas constantemente sobre o tema. Em algumas condições, possivelmente, descobriremos que a ação terapêutica da Cannabis é positiva para nossos pacientes. Em outras, descobriremos que não há efeito clínico ou que os riscos não superam os benefícios. É assim que se constrói a medicina, não é mesmo?

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