Escolha uma Página

Como escolher uma residência médica na Era da Telemedicina?

O momento de escolha da residência médica pode ser acompanhado de bastante ansiedade e indecisão. Isso é válido tanto para os médicos que buscam sua primeira especialidade quanto para aqueles que estão mudando de área. Com o desenvolvimento da telemedicina e da saúde digital, surge ainda o temor de que o avanço tecnológico possa trazer a obsolescência de algumas especialidades. 

Assim, ouvem-se frequentemente opiniões como “Tal área não vai existir daqui alguns anos”. Esse exercício de futurologia, todavia, frequentemente costuma ser imaturo.

Por esse motivo, o Saúde Digital vai explicar para o médico algumas tendências do mercado médico que podem influenciar a escolha de um programa de residência. Veja os tópicos abordados?

  1. Escolhendo sua residência médica…
  2. Avalie o impacto do aumento acessibilidade trazido pela telemedicina em cada residência médica
  3. Pense no futuro como uma oportunidade, não como uma barreira, e inove!
  4. Não acredite em mitos como “a tecnologia digital vai acabar com tal especialidade médica”

Quer saber mais sobre o tema? Acompanhe a leitura!

Escolhendo sua residência médica…

A residência médica é um treinamento extenso para um fim, a permissão para se anunciar como especialista em uma área. Portanto, alguns pontos são essenciais na hora de escolher e envolvem aspectos tanto subjetivos quanto objetivos:

  • Afinidade — esse é um critério que não pode ser explicado. É a sua propensão natural de compreender e se envolver com o conteúdo e a prática de cada especialidade. Isso é importante para a sua satisfação pessoal, mas não se esqueça de que o retorno financeiro e o desenvolvimento da carreira também são fatores que influenciarão a sua sensação de realização profissional;
  • Mercado  atual — por esse motivo, olhe como está o cenário atual, especialmente em relação às lacunas de oferta de serviços médicos. Afinal, a demanda por algumas especialidades médicas tem caído progressivamente e/ou já ocorreu uma saturação da oferta;
  • Mercado futuro — também é importante fazer um exercício de análise preditiva. Em alguns casos, a demanda atual pode ser crescente, mas isso não necessariamente refletir em um avanço do mercado. O contrário também é possível, isto é, o crescimento expressivo de uma demanda que ainda é latente ou embrionária.

Avalia o impacto do aumento acessibilidade trazido pela telemedicina em cada residência médica

A telemedicina resolve um dos grandes gargalos da saúde coletiva e pública: a acessibilidade. Afinal, os médicos especializados tendem a se concentrar em regiões urbanas bem desenvolvidas, enquanto as cidades pequenas e a zona rural ficam carentes de serviços especializados e de alta complexidade.

Nesse sentido, antes de escolher uma residência médica, vale a pena conferir os estudos sobre a demanda e a oferta de especialidades em cada região brasileira. Esse olhar locorregional é importante, pois a distribuição de médicos é muito desigual no Brasil. Portanto, podem surgir oportunidades com a mobilidade trazida pela telemedicina. 

Por exemplo, a média de psiquiatras no Brasil é de 2,81 profissionais para cada 100.000 habitantes. Contudo, quando olhamos para o Nordeste e o Norte, esse número cai para 1,5 e 1,7 respectivamente. O que isso significa em um cenário de telemedicina?

As teleconsultas (uma das modalidades de telemedicina) quebram as barreiras regionais. Consequentemente, um médico no Sudeste pode atender pessoas de regiões carentes. Com isso, toda a demanda represada no Norte e Nordeste se torna um público potencial para o futuro especialista, mesmo que ele atenda em locais com bom abastecimento de determinada área.

Pense no futuro como uma oportunidade, não como uma barreira, e inove!

De tempos em tempos, surge uma especialidade que é anunciada como o “Santo Graal” da medicina. Isso faria com que os pacientes fluíssem para os consultórios sem nenhum esforço. 

Esse já foi o caso, por exemplo, da geriatria. Muitos esperavam que essa seria a “Especialidade” do futuro devido ao envelhecimento populacional. Contudo, apesar de ter crescido bastante, a expectativa de um boom ainda não se efetivou. 

Uma explicação para isso, talvez, seja os pacientes não terem se convencido da necessidade desses especialistas em relação aos demais.  

Com um pensamento inovador, entretanto, você pode se livrar das “amarras” da oferta/demanda tradicional. Nem sempre a falta de procura por um serviço atual significa a ausência de oportunidades.

Às vezes, o problema não é a especialidade em si, mas a forma como ela é ofertada. A telemedicina traz essa liberdade. Pegando o exemplo da geriatria, cada vez mais, os idosos estão imersos no mundo digital móvel e são usuários muito ativos de serviços digitais.

Com isso, o especialista pode aproveitar esse comportamento para elaborar um modelo de serviço inovador para captar pacientes. Os estudos mostram uma boa adesão dos idosos, por exemplo, a programas de gestão de doenças crônicas por telemedicina. 

Não caia em mitos, como “a tecnologia digital vai acabar com algumas especialidades médicas”

Esse é um mito muito recorrente, mas sem nenhum embasamento empírico ou estatístico. Ele é baseado principalmente no medo e na ansiedade que muitos médicos sentem em relação às inovações tecnológicas — o que é perfeitamente normal.

Por exemplo, atualmente, ainda na faculdade, os alunos ouvem que a especialidade radiologia e o diagnóstico de imagem estão com os dias contados devido ao avanço da inteligência artificial.

Sim, vários estudos mostram que os softwares inteligentes são capazes de diagnosticar imagens com precisão. Contudo, há algo que as máquinas não conseguem realizar: o raciocínio clínico.

Os laudos não se resumem à avaliação da imagem, mas também envolvem um olhar crítico, lógico e minucioso. Portanto, 

Os softwares, por conseguinte, não substituirão o especialista em radiologia e diagnóstico de imagem. Pelo contrário, tornarão o seu trabalho mais produtivo e eficiente. 

Então, em vez de olhar onde a tecnologia traz uma ameaça, foque em perceber onde ela traz novas oportunidades. Esse também é outro critério importante na escolha de uma residência médica, — perceber quais áreas têm maior potencial de se beneficiar com as transformações tecnológicas vindouras.

Quer saber mais sobre o futuro da medicina com a Transformação Digital da Saúde? Assine a nossa newsletter!

Participe do Saúde Digital

Deixe-nos saber o que você achou deste artigo! Você tem alguma dica para dar para o Saúde Digital? Quer sugerir um tema? Sua participação é muito importante! Clique aqui para falar conosco.

Você pode falar também diretamente com o host Lorenzo Tomé pelo Instagram, Linkedln ou Telegram no @lorenzotome.

Conheça o SDConecta!Lá tem mais assuntos como este e uma comunidade de inovadores da saúde para conectar com você. Clique aqui para acessar!