Consultório inteligente permite ganhar tempo para o que importa

Consultório inteligente permite ganhar tempo para o que importa: Atender pacientes, cuidar da gestão do consultório, manter-se atualizado com os conhecimentos da área, tocar uma segunda atividade profissional, como dar aulas, fazer networking, reservar um tempo para si e para os seus… Tudo isso não é novidade na rotina de muitos e muitos médicos, mas tem seu preço: a classe é uma das que mais registram casos de automedicação, depressão e burnout, o esgotamento físico e mental de quem se doou mais do que poderia para dar conta das responsabilidades.

Criar tempo para se dedicar ao que de fato interessa é, portanto, essencial, mas como fazer isso se, por exemplo, há uma conta elevada de custos administrativos e financeiros a ser honrados no fim de cada mês? Como não acumular consultas para garantir que o balancete mensal fique no azul? Ou então como ampliar o alcance geográfico do seu consultório? Ou como simplificar a gestão e ainda assim manter um espaço com recursos e equipamentos de ponta?

Fábio Soccol, oftalmologista, arquitetou uma solução que vem sendo posta em prática com sucesso em São Paulo: a Livance Consultórios Inteligentes, que conta com unidades na capital paulista e também em Campinas. “É um modelo de negócio em que se paga apenas o tempo de uso da sala e não por período fixo. Um modelo que dá liberdade e autonomia para explorar novos mercados com mobilidade, atendendo em novos endereços”, conta ele.

Inspiração veio ao perceber dilema entre colegas

A inspiração veio durante a atividade docente na Faculdade de Medicina do ABC. Fábio percebeu que as dificuldades em estabelecer um consultório particular eram ainda maiores para as colegas médicas, já que geralmente é por volta dos 35 anos que se consegue finalmente consolidar a cartela de pacientes, e muitas profissionais dessa faixa etária se veem diante de um dilema entre maternidade e carreira. 

“A dedicação ao consultório acaba sendo muitas vezes prejudicada. É uma escolha que elas têm que fazer e eu via essa angústia de perderem esse sonho de continuar crescendo o consultório, de fazer a medicina em que acreditavam, com a liberdade de atender no tempo que gostariam de atender, de fazer a prática como acreditavam que deveria ser feita. Isso me instigou a pensar em como dar estrutura ao consultório de acordo com essa demanda, incluindo o modelo de negócio”, conta Fábio.

Parceiros ajudaram a desenvolver consultório inteligente

Com a ideia na cabeça, Fábio foi atrás de parceiros para realizá-la. Um deles foi o engenheiro Gustavo Machado, que o médico já conhecia. O outro parceiro foi o administrador Claudio Mifano. Ambos faziam pós-graduação em Stanford quando Fábio teve a ideia do consultório inteligente. Ele então viajou para a Califórnia para encontrá-los e discutir o projeto, que teve início usando seu próprio consultório de oftalmologista como espaço de teste para o modelo. 

Atualmente com três unidades em São Paulo e uma em Campinas, a Livance oferece consultórios customizados para médicos, nutricionistas, psicólogos, fonoaudiólogos e fisioterapeutas. Por uma mensalidade de R$ 236 mais o valor calculado pelo tempo de uso do consultório, a startup oferece  ferramentas e facilidades como secretária para atendimentos telefônicos, site exclusivo com agendamento online, cartões de visitas para divulgação dos serviços e vaga na garagem, além de cuidar de questões burocráticas, administrativas, regulatórias, da manutenção e da limpeza.

Consultório para ganhar tempo para o que importa

“O profissional pode usar o prontuário eletrônico que quiser.  O sistema calcula o tempo de uso dos consultórios como se fosse um aplicativo de transportes, e no fim do mês gera um valor que pode ser debitado via cartão de crédito”, explica Fábio. Ele ressalta que ao cuidar da gestão do consultório, transformando em custo variável a elevada despesa fixa que é praxe no modelo tradicional, a Livance permite que o profissional ganhe tempo para se dedicar ao que realmente interessa: seus pacientes e sua carreira.

Para Fábio, o profissional de saúde que faz boa gestão de carreira é aquele que sabe definir qual o diferencial a ser mostrado para pacientes e colegas. “Ferramentas digitais e estruturas como a Livance permitem que a gente tenha tempo para pensar e se relacionar com colegas, fazer networking, agradecer um encaminhamento, escrever texto para um blog, responder alguma questão de um paciente ou fazer um acompanhamento pós-atendimento. São tecnologias que fazem com que a gente possa praticar uma medicina melhor e ter um resultado mais eficiente daquilo que a gente está praticando”, afirma, citando como exemplos de ferramentas o prontuário eletrônico e a prescrição digital.

Inquietude para enxergar o que limita o profissional de saúde

Fábio considera a inquietude umas das virtudes que o moldaram como profissional de saúde. Inquietude, diz ele, no sentido de procurar alternativas, de ter a mente aberta para “poder ver de forma diferente o que estamos acostumados a fazer, e assim melhorar aquilo que nos limita de alguma maneira”.

Exemplo dessa inquietude foi o primeiro projeto de Fábio voltado para a tecnologia, um sistema de agendamento remoto para consultas pelo SUS desenvolvido em 2007 e batizado de Linha1. “Eu percebi que muitos pacientes ficavam cegos devido a demora e dificuldade no agendamento das consultas no SUS. Isso me motivou a criar o sistema. Chegamos a atuar em alguns serviços do SUS, mas era uma ideia um pouco a frente do tempo e não tivemos o suporte necessário para continuar”, conta Fábio.

Apesar de a iniciativa não ter se consolidado, o projeto qualificou Fábio no campo do direito digital e lhe deu expertise no diálogo com desenvolvedores de softwares e ferramentas tecnológicas. Com isso, o oftalmologista acabou se tornando, por alguns anos, consultor da multinacional de tecnologia InterSystems. Sua função era fazer a ponte entre médicos e equipe de tecnologia no desenvolvimento de soluções inovadoras. Isso sem deixar de lado o consultório próprio e o trabalho na faculdade de medicina do ABC.

Quer saber mais sobre os consultórios inteligentes da Livance e as ideais de Fábio Soccol?  Então acesse o podcast do Saúde Digital com a entrevista completa do oftalmologista. Esse podcast tem como título Livance: coworking para médicos.

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