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A redução de custos é um aspecto importante da eficiência e eficácia operacional em todos os setores, mas é especialmente crucial no setor de saúde. Os profissionais de saúde devem garantir que estão fornecendo cuidados de qualidade e acessíveis simultaneamente. Talvez, a solução mais promissora atualmente seja a telemedicina.

As iniciativas de redução de custos são essenciais para que o setor de saúde permaneça sustentável e alcance os melhores resultados, além de ajudar as organizações de saúde a conter gastos, reduzir desperdícios, maximizar o uso de recursos e aumentar lucros.

Estratégias de redução de custos podem ajudar as organizações de saúde a atingir seus objetivos. Quer saber mais sobre o tema? Acompanhe!

Telemedicina e redução de custos

A telemedicina é uma prática médica baseada em tecnologias digitais de comunicação, em especial as videoconferências. Ela permite a prestação de serviços de saúde pela Internet desde a confecção de laudos à distância até consultas para diagnóstico e tratamento de doenças.

Ela tem o potencial de reduzir os custos de saúde tanto do lado do paciente quanto das instituições de saúde, eliminando a necessidade de visitas físicas ao consultório médico. A telemedicina também pode expandir o acesso aos cuidados de saúde para aqueles em locais remotos, como zonas rurais, que podem ter dificuldade em encontrar atendimento. 

A telemedicina também pode reduzir custos reduzindo a necessidade de exames adicionais ou diagnóstico por imagem. Em muitos casos, um médico pode diagnosticar a condição de um paciente sem solicitar exames adicionais, o que pode economizar tempo e dinheiro. Foi o que apontou essa pesquisa da Conexa

O excesso de requisição sem necessidade tem sido um grande problema dos sistemas de saúde, prejudicando os próprios pacientes, que se tornam sobrediagnosticados e sobretratados. Quando o médico atende fisicamente em uma instituição com exames disponíveis, ele fica mais propenso a utilizá-los. A telemedicina força o uso mais racional dos exames, pois o médico tenta ser mais resolutivo a partir da coleta de dados clínicos durante a consulta.

Como avaliar os custos da implantação da telemedicina?

Podemos avaliar os custos a partir de três perspectivas diferentes de acordo com esta revisão sistemática publicada no Journal of Medical Internet Research (JMIR), um dos maiores em saúde digital:


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Análise de custo-efetividade

A análise de custo-efetividade (CEA) é uma ferramenta usada para comparar os custos relativos e os resultados de diferentes alternativas em saúde. É frequentemente usado para avaliar a eficiência financeira de uma intervenção ou tratamento, como um novo medicamento ou um novo dispositivo médico. O CEA também pode ser usado para comparar a eficácia de duas ou mais intervenções ou para avaliar a custo-efetividade de uma intervenção em relação ao padrão atual de atendimento.

Os resultados são normalmente medidos em termos de resultados de saúde (por exemplo, vidas salvas), mas também podem incluir outros fatores, como economia de custos, conveniência ou preferência do paciente.

A CEA pode ser usada para informar as decisões sobre investir em uma determinada intervenção e pode ajudar os tomadores de decisão a decidir se aprovam uma nova tecnologia de saúde ou se mudam para uma intervenção alternativa. 

Para realizar uma CEA, os dados sobre os custos e resultados associados a cada alternativa devem ser coletados e analisados. Esses dados podem vir de várias fontes, como ensaios clínicos, dados administrativos ou pesquisas. Uma vez coletados os dados, eles devem ser analisados para gerar uma relação custo-efetividade. 

Essa relação geralmente é expressa em termos da relação de custo-efetividade incremental, que é o custo adicional por unidade de resultado para uma intervenção em comparação com outra. Veja os resultados encontrados pelo estudo:

Dos 8 estudos, 4 (50%) estavam no quartil 2 do plano de custo-efetividade, o que significa que eles demonstraram economia de custos e uma eficácia clínica aumentada ou equivalente para a telessaúde em comparação com o atendimento presencial convencional. Estas também são conhecidas como estratégias dominantes e são recomendadas para implementação. Dois desses estudos relataram resultados de uma intervenção de monitoramento remoto para insuficiência cardíaca. Os restantes estudos (4/8, 50%) situam-se no quartil 1 do plano de custo-efetividade, significando aumento da eficácia clínica por aumento dos custos, obrigando a um juízo de valor.

Os estudos do quartil 2, em que há redução de custos e aumento da eficiência, foram voltados para as seguintes aplicações:

cessação do tabagismo;

monitoramento cardiovascular remoto;

telerreabilitação fisioterápica após cirurgia ortopédica.

Acredita-se que os benefícios das intervenções por telemedicina sejam ampliados ao longo do tempo, pois já demonstraram a capacidade de reduzir admissões hospitalares, reinternações e a busca pelos serviços de emergência. Isso demonstra uma menor taxa de complicações, reduzindo os custos para os serviços.

Análise de minimização de custos

A análise de minimização de custos (CMA) é um tipo de análise econômica usada para determinar a abordagem menos dispendiosa para uma determinada atividade ou problema. É normalmente usado quando há várias maneiras de atingir o mesmo objetivo ou resultado.

O processo de análise de minimização de custos envolve a determinação dos custos associados a cada abordagem alternativa, incluindo custos diretos e indiretos. Os custos diretos são aqueles custos diretamente associados a uma determinada atividade ou projeto, como mão de obra, materiais e despesas gerais. Os custos indiretos são aqueles custos que não estão associados diretamente à atividade ou projeto, como impostos e seguros.

Uma vez identificados os custos associados a cada abordagem alternativa, o próximo passo é analisar os benefícios associados a cada abordagem. Isso inclui benefícios tangíveis e intangíveis. Benefícios tangíveis são aqueles benefícios que podem ser quantificados em termos monetários, como aumento de receitas ou economias. Benefícios intangíveis são aqueles benefícios que não podem ser facilmente quantificados em termos de dinheiro, como maior satisfação do cliente ou moral dos funcionários.

O próximo passo é compará-los para determinar qual abordagem é a mais econômica. Isso é feito calculando o valor presente líquido (VPL) de cada abordagem. O VPL é a diferença entre o valor presente dos benefícios e o valor presente dos custos. A abordagem com o maior VPL é a mais econômica.

Veja algumas vantagens que este estudo apontou:

  • houve redução viagens de pacientes ou médicos financiadas ou subsidiadas pelo sistema de saúde;
  • houve diminuição dos custos de viagem devido a transferências de emergência.
  • a substituição de algumas consultas médicas presenciais de gestações de alto risco pelo monitoramento remoto reduz a necessidade de monitoramento intra-hospitalar;
  • o acompanhamento híbrido de acamados e pessoas com dificuldade de locomoção causa a redução dos custos com salários das enfermeiras de visita domiciliar e do número de hospitalizações.

Análise de custo-utilidade

A análise de custo-utilidade é um tipo de análise econômica usada para determinar a relação custo/eficácia de um plano proposto. É usada por governos e organizações para tomar decisões sobre investimentos, políticas e procedimentos.

Ela tenta quantificar a utilidade derivado de um investimento em comparação com o custo do investimento. A análise é realizada atribuindo um valor monetário ao benefício derivado do investimento e, em seguida, comparando esse valor com o custo do investimento. Essa comparação pode então ser feita, por exemplo, minar o retorno sobre o investimento (ROI).

Quando se trata de intervenções que afetam a qualidade de um serviço para os seus pagadores, a análise de custo-utilidade é considerada uma abordagem mais útil e precisa para determinar o valor relativo de um projeto do que os outros métodos. Isso porque a análise de custo-utilidade leva em consideração os fatores intangíveis que não podem ser expressos em termos monetários, como qualidade de vida, impacto ambiental e bem-estar humano.

O processo de análise de custo-utilidade envolve quatro etapas:

  1. Identificar e definir o projeto
  2. Atribuir um valor monetário aos benefícios do projeto.
  3. Calcular o custo do projeto.
  4. Comparar o custo e benefício e tomar uma decisão.

Com isso, a análise de custo-utilidade permite que as organizações tomem decisões mais informadas.

Um total de 25 estudos de custo-utilidade dos últimos 5 anos que relataram custos da perspectiva do sistema de saúde e mudanças na qualidade de vida relacionada à saúde (QVRS) foram identificados. Desses 25 estudos, 8 (32%) estudos estavam no quartil 2 do plano da economia do setor da saúde, que, em termos de CUA significa que há redução nos custos e aumento da qualidade de vida. Os demais estudos (68%) “representam intervenções de telessaúde que, quando comparadas com os cuidados habituais, representam um aumento dos custos dos cuidados de saúde e um ganho de QALYs. Portanto, essas intervenções só seriam implementadas pelos tomadores de decisão se eles estivessem dispostos a pagar pelo aumento relativo da QVRS”.

A telemedicina tem se tornado uma ferramenta cada vez mais popular na área da saúde nos últimos anos devido à sua capacidade de melhorar o acesso aos cuidados e reduzir custos. A telemedicina pode proporcionar uma economia significativa de custos, reduzindo a necessidade de viagens e o número de visitas presenciais, além de reduzir o tempo perdido na espera por uma consulta. Além disso, a telemedicina pode ajudar a reduzir os custos de saúde, fornecendo diagnósticos e tratamentos mais eficientes.


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