Escolha uma Página

Telemedicina no SUS: atendimento remoto na atenção primária

Telemedicina no SUS: atendimento remoto na atenção primária – Há um preconceito injustificado de que a telemedicina no SUS pode provocar uma queda na qualidade na assistência dos pacientes. Essa visão está equivocada, pois as ferramentas de saúde digital se compatibilizam perfeitamente com os princípios doutrinários e operacionais do Sistema Único de Saúde. Elas trazem mais acessibilidade e integralidade ao cuidado.

Diversas pesquisas, feitas em diversos centros nacionais e internacionais, mostram que a telemedicina tem o potencial de melhorar o controle das doenças e otimizar a adesão ao tratamento com uma ótima percepção de qualidade pelo usuário. Então, os benefícios vão muito além do potencial de redução de custos. Quer entender melhor? Acompanhe!

Como a telemedicina pode ser usada no SUS?

A telemedicina abrange uma gama de tecnologias e funcionalidades muito ampla. Essa versatilidade pode trazer vantagens substanciais para sistemas de saúde complexo, como o SUS. Você verá também que a telemedicina já é utilizada no SUS há muito tempo.  

Teleatendimentos

São as consultas médicas digitais, as quais podem complementar os atendimentos presenciais. Por exemplo, na telemedicina na atenção primária, as primeiras consultas seriam feitas presencialmente.

Após o estabelecimento de um bom vínculo médico paciente e a estabilização do paciente, consultas de retorno podem ser feitas em ambiente digital. As reavaliações presenciais serão marcadas de forma individualizada de acordo com as necessidades clínicas e a demanda do paciente; 

Teleinterconsulta

São as avaliações de pacientes feitas por especialistas com a finalidade de auxiliar na tomada de decisão do médico assistente. O paciente no centro acompanhado de dois ou mais médicos, pelo menos um desses profissionais de forma remota. Todos os médicos são responsáveis legais pelo atendimento do respectivo paciente. As teleinterconsultas podem resolver o persistente e crônico problema de assistência especializada presente no SUS;

Teleconsultoria

Abrange a troca de opiniões médicas sem uma avaliação direta e síncrona do especialista com o paciente. Inclui também as interações técnicas de outros profissionais de saúde com o médico tanto com finalidade assistencial quanto gerencial. 

Telediagnóstico

Há muitos anos aplicadas no SUS, refere-se à transmissão de informações relativas a exames de imagem, à anatomopatologia e à patologia clínica. Até pouco tempo, era mais restrita à transmissão de resultados de exames. Atualmente, no SUS, vem se ampliando com a possibilidade de transmissão de imagens radiográficas, 

Por exemplo, em Belo Horizonte, uma iniciativa permite que ECGs feitos nas unidades básicas de saúde sejam interpretados por cardiologistas do Hospital das Clínicas da UFMG à distância. 

Telemonitoramento

É o monitoramento das condições clínicas do paciente à distância. A complexidade do telemonitoramento pode variar significativamente, indo desde conversas com o paciente sobre seus sintomas e a adesão ao tratamento até o monitoramento, em tempo real, de dados colhidos por equipamentos de alta tecnologia na atenção terciária e quaternária.

Teleducação

Também é muito utilizada pelo SUS por meio de diversas iniciativas, como o UNA-SUS. Volta-se para a educação de médicos e outros profissionais de saúde para qualificá-los para os desafios do Sistema Único de Saúde. 

Telerregulação

Abrage a transmissão de dados e a tomada de decisões sobre a alocação de pacientes nos diferentes serviços e níveis de atenção do SUS. Ela quase sempre é feita à distância pelos meios telefônicos. No entanto, a implementação de uma telerregulação com ferramentas de inteligência artificial e análise de dados pode melhorar a eficiência do sistema, reduzindo custos e melhorando a capacidade de assistência. 

Quais os benefícios da telemedicina no SUS?

A telemedicina se compatibiliza com todos os principais princípios doutrinários do SUS:

  • universalidade — permite que mais pessoas tenham acesso aos serviços por reduzir as barreiras físicas e sociais;
  • equidade — como os médicos especialistas estão concentrados em regiões urbanizadas e com alto PIB, há uma desigualdade muito grande na assistência da atenção secundária. A telemedicina quebra essas barreiras, trazendo mais acesso a quem mais necessita;
  • integralidade nos serviços e nas ações de saúde — uma ampliação e facilitação do acesso à carteira de serviços do SUS torna mais fácil o cuidado das determinantes biopsicossociais de saúde de um indivíduo. Além disso, as ferramentas de telemedicina facilitam a comunicação entre os médicos, as equipes multidisciplinares e a assistência  social. 

Cases de aplicação da telemedicina no SUS

Veja algumas aplicações bem-sucedidas da telemedicina no SUS. 

Parceria UNICAMP e Privio

A Universidade Estadual de Campinas, ao observar o risco de desassistência de doentes crônicos de seus ambulatórios, buscou alternativas de teleatendimento para os pacientes. Então, a coordenadora do serviço, Dra. Mariana Zorrón, e sua equipe firmaram uma parceria com a start-up Privio para oferecer consultas por aplicativos e computadores. No episódio do podcast Saúde Digital que fizemos com a médica e um co-fundador da Privio (Renato Bon), ela avalia que os resultados foram muito positivos. 

Telessaúde Brasil Redes

Esse programa existe desde 2006 com a oferta de teleconsultorias, telediagnóstico e tele-educação. Desde então, milhares de profissionais de saúde acessaram algum desses serviços para melhorar o cuidado aos pacientes. 

Saúde Digital no combate à pandemia

Diversos estados implementaram estratégias de teleatendimento virtual para pessoas com sintomas suspeitos de Covid-19. Depois de uma triagem automatizada ou por profissional da enfermagem, os pacientes podem se consultar com médicos, enfermeiros, psicólogos, entre outros. Alguns exemplos são o Saúde Digital de Minas Gerais e o Saúde Online do Paraná.

Portanto, a telemedicina no SUS é um instrumento muito importante para a efetivação de seus objetivos e princípios. A Pandemia de Covid-19 vem mostrando a importância da saúde digital e desfazendo muitos receios que os profissionais tinham com essas ferramentas.

A telemedicina no SUS está presente há muitos anos no telediagnóstico, na telerregulação, no telediagnóstico e na teleconsultoria. Na pandemia de Covid-19, o teleatendimento no SUS foi também implementado. Assim, os profissionais de saúde e os pacientes do SUS contam com ferramentas que melhoram a integralidade, equidade e acessibilidade do Sistema Único de Saúde. 

Participe do Saúde Digital

Deixe-nos saber o que você achou deste artigo! Você tem alguma dica para dar para o Saúde Digital? Quer sugerir um tema? Sua participação é muito importante! Clique aqui para falar conosco.

Você pode falar também diretamente com o host Lorenzo Tomé pelo Instagram, Linkedln ou Telegram no @lorenzotome.

Conheça o SDConecta!Lá tem mais assuntos como este e uma comunidade de inovadores da saúde para conectar com você. Clique aqui para acessar!