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As startups de saúde, também conhecidas como deep techs da saúde, estão na vanguarda de uma revolução na área. Essas empresas emergentes, que combinam a inovação tecnológica com os avanços médicos, estão redefinindo como os cuidados de saúde são prestados, recebidos e gerenciados em todo o mundo.

Surgindo de um contexto de rápida evolução digital, essas startups estão desenvolvendo novos produtos, serviços e soluções em diversas áreas, desde telemedicina até nanotecnologia para o desenvolvimento de medicamentos.

Esses modelos de negócio estão motivados por um objetivo compartilhado: melhorar a eficiência, acessibilidade e qualidade dos cuidados de saúde. Elas estão rompendo com os sistemas de saúde tradicionais e, muitas vezes, burocráticos, usando tecnologia para oferecer soluções mais personalizadas, eficazes e centradas no paciente. Quer saber mais sobre esse setor tão importante para o futuro da saúde? Acompanhe nosso post até o final!

O que é uma deep tech?

Deep tech, ou tecnologia profunda, é um termo usado para se referir a tecnologias que são construídas em torno de avanços técnico-científicos potencialmente disruptivos. Em outras palavras, essas tecnologias têm o potencial de criar novos mercados ou de abalar as estruturas dos modelos já existentes.

As empresas Deep Tech são caracterizadas por um alto nível de inovação tecnológica e um longo período de pesquisa e desenvolvimento antes que o produto chegue ao mercado. 

Isso inclui, mas não se limita a, coisas como:

  • Inteligência Artificial (IA) e Machine Learning (ML);
  • Blockchain;
  • Robótica;
  • Bioinformática;
  • Nanotecnologia;
  • Computação quântica;
  • Computação neura.

Os diferentes tipos de Deep Tech

Biotech

Uma biotech é uma empresa que utiliza a biotecnologia para desenvolver novos produtos ou serviços disruptivos na área da biotecnologia. Esses produtos ou serviços são geralmente baseados em pesquisas científicas avançadas, podendo variar de novas terapias a organismos geneticamente modificados.

TechBio

TechBio é startup que combina tecnologias digitais (como IA, machine learning, big data) com a biologia. As startups TechBio poderiam, por exemplo, usar IA para analisar dados genômicos, criar modelos computacionais de sistemas biológicos ou desenvolver algoritmos que ajudam a otimizar processos biotecnológicos.

HealthTech

Uma HealthTech é uma empresa que usa a tecnologia para melhorar a saúde e o bem-estar, inovando em um setor frequentemente engessado por soluções tradicionais. Isso pode incluir uma ampla gama de produtos e serviços, incluindo aplicativos de saúde e bem-estar, tecnologia vestível de saúde, tecnologia de diagnóstico e muito mais.

As startups HealthTech estão focadas na combinação de tecnologia e inovação para melhorar a eficiência, eficácia e acessibilidade dos cuidados de saúde. Por exemplo, a SD Conecta é uma HealthTech que tem o objetivo de revolucionar a democratização da atualização médica.

Com comunidades online gratuitas, eles oferecem oportunidades para que os médicos discutam com os principais líderes de opinião de diversas áreas da medicina. Por exemplo, na Comunidade Cardiogram, os participantes têm acesso a webinars de atualização em cardiologia e podem discutir casos com referências, como o Dr. José Alencar.


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Níveis de maturidade tecnológica

Os Technology Readiness Levels (TRLs) são uma escala que permite avaliar o grau de maturidade de uma tecnologia. Originalmente desenvolvido pela NASA e agora amplamente utilizado na indústria e academia, o sistema TRL avalia o progresso de uma tecnologia desde a concepção inicial até a plena implementação.  A escala TRL consiste em nove níveis:

TRL 1 – Observação básica e descrição de princípios

Esta fase envolve pesquisa básica, como a descoberta de um novo alvo biológico para um medicamento ou o reconhecimento de um novo sinal biométrico que pode ser usado para diagnóstico.

TRL 2 – Formulação do conceito ou aplicação

Nesta fase, um conceito é desenvolvido para como essa descoberta poderia ser usada na prática. Por exemplo, pode ser proposto um método para criar um novo medicamento que se liga ao alvo biológico ou um dispositivo que detecta o sinal biométrico.

TRL 3 – Prova de conceito

Neste estágio, são realizados experimentos para testar o conceito. Isso pode envolver testes de laboratório de um novo medicamento ou protótipos iniciais de um novo dispositivo médico.

TRL 4 – Desenvolvimento e início da validação em laboratório

Os experimentos se tornam mais rigorosos nesta fase, com o objetivo de validar que a tecnologia funciona como esperado em um ambiente controlado.

TRL 5 – Validação em laboratório

A validação completa em laboratório ocorre neste nível, garantindo que a tecnologia seja confiável e funcione conforme o esperado em um ambiente que simula as condições do mundo real.

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TRL 6 – Demonstração de modelo ou protótipo em ambiente relevante

Nesta fase, a tecnologia é testada em um ambiente que se assemelha ao ambiente em que será usada. Isso pode incluir testes em animais para um novo medicamento ou testes de um novo dispositivo de diagnóstico em amostras de pacientes.

TRL 7 – Demonstração do sistema protótipo em ambiente operacional

Este é o estágio de testes clínicos para novos medicamentos, onde a eficácia e a segurança são testadas em pacientes humanos. Para novos dispositivos médicos, isso pode envolver testes em um ambiente clínico.

TRL 8 – Sistema completo e qualificado

Neste nível, a tecnologia está pronta para uso. Todos os testes clínicos foram concluídos e a aprovação regulatória foi obtida. A tecnologia pode, então, ser lançada no mercado.

 

TRL 9 – Sistema comprovado com operações bem-sucedidas de missão

A tecnologia está em uso e provou ser bem-sucedida, revolucionando a sua área. Isso pode significar que um novo dispositivo de diagnóstico está em uso e está gerando resultados inéditos para os pacientes.

Em que nível de maturação estão as healthtechs e deep techs brasileiras?

Um mapeamento das healthtechs brasileiras mostrou um cenário promissor para o país. 

60% das healthtechs brasileiras consideram ter atingido, pelo menos, o nível 7 de maturidade. Além disso, o relatório mostra o seguinte panorama:

  • 8,45% delas estão no patamar de pesquisa de viabilidade, que compreende os TRLs de 1 a 3;
  • 21,13% estão no patamar de de pesquisas internas de validação, que abrange o TRL-4;
  • 23,94% estão no patamar de demonstração tecnológica, que inclui os TRLs de 5 a 7;
  • 46,48% estão na fase final de maturidade, isto é, TRLs 8 e 9.

Por causa da complexidade e dos custos associados ao desenvolvimento de tecnologias de ponta, as empresas Deep Tech muitas vezes enfrentam desafios significativos na obtenção de financiamento. No entanto, uma vez bem-sucedidas, essas empresas podem oferecer retornos significativos para seus investidores e ter um impacto transformador em suas respectivas indústrias.


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