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Os cuidados com a saúde estão se virtualizando, ainda mais aceleradamente do que antes, devido à Pandemia de Covid-19. Com ela, o setor da saúde precisou se reinventar de ponta a ponta, desde a cadeia de suprimentos até a assistência direta ao paciente. O seu paciente também mudou de comportamento, tornando-se mais assíduo aos serviços online. 

Quer um exemplo? Uma das medidas públicas brasileiras adotada com a pandemia foi a liberação das consultas por telemedicina. Consequemente, a experiência do paciente está se transformando, exigindo que o médico se adapte para se destacar. Quer entender melhor o tema? Confira este post! No título de cada seção e subseção, você poderá clicar para se aprofundar em cada tema discutido!

O médico e a medicina na Era da Saúde Digital

A telemedicina e a transformação digital da saúde (Healthcare 4.0) vem mudando a dinâmica dos campos de atuação médica, proporcionando uma superação daquele modelo de carreira focado apenas nas especialidades.  Novas oportunidades surgem no mercado,como:

  • consultoria médica para o desenvolvimento de produtos de saúde que têm como público-alvo outros médicos ou os pacientes;
  • plataformas de saúde ocupacional e populacional por telemedicina com foco na promoção da saúde e prevenção de doenças;
  • pesquisa (acadêmica e corporativa) de técnicas/equipamentos médicos integrados às tecnologias de transformação digital como teleconsultas, sensores, hardwares inteligentes e seus softwares;
  • empreendedorismo na criação de tecnologias de ponta como softwares de inteligência artificial até equipamentos de atenção quaternária conectados à rede (internet das coisas). 

Habilidades médicas na saúde digital

Oferecer uma experiência médica não é mais apenas um consultório bonito, um jaleco limpo e apertar a mão do paciente ao entrar na sala. Com a chegada da telemedicina e da jornada do paciente digital, é preciso mais. É essencial oferecer uma experiência única, relevante e valiosa.

  • Inovação — ir além do “arroz com feijão” nas consultas. Com a possibilidade de comunicação escrita instantânea, aplicações multimídias e presença digital na vida do paciente, você pode criar uma jornada cativante para a atração e fidelização de clientes;
  • Comunicação — o médico precisa melhorar a sua capacidade de se fazer entender pelo paciente. Isso envolve a compreensão do seu papel de educador em saúde no mundo digital. 

Educação médica e cursos online gratuitos

UNA-SUS — É um sistema de teleducação do Ministério da Saúde para qualificar os profissionais brasileiros para a atuação na saúde pública e na atenção primária. 

  • Valor: cursos individuais gratuitos 
  • Funcionalidades: videoaulas, textos didáticos e exercícios virtuais

Cursos do Albert Einstein — A plataforma oferece desde aulas breves, que geralmente duram cerca de 5 a 60 minutos, até cursos completos. O público-alvo são os profissionais da saúde, que terão acesso a cursos gratuitos e pagos individualmente.

SDConecta — Mais do que uma plataforma de ensino, ela é uma comunidade médica gratuita. Com ela, você ganha acesso a uma comunidade permanente — exclusiva para interagir com colegas de profissão.

Funcionalidades: videoaulas, textos didáticos, fóruns e chats dentro de uma comunidade exclusiva para médicos. O foco é ensinar ao médico como ele poderá se adaptar e aproveitar as oportunidades da medicina na Era Digital.

Concursos médicos, carreira médica pública e saúde digital

A estabilidade de alguns cargos do setor público não significa a estagnação na carreira. O Sistema Único de Saúde — com seus diversos desafios — é lugar que necessita de bastante inovação. Com o empreendedorismo social, o médico pode trazer excelentes resultados com pequenas intervenções.

Para os médicos que querem transformar a saúde pública brasileira, essa é uma excelente oportunidade. Confira alguns concursos abertos em 2021!

Cultura digital

Talvez um dos maiores exemplos da carência de uma verdadeira cultura digital seja, no momento, a resistência da classe médica à implantação da telemedicina no país.

“O médico de hoje é o taxista de ontem jogando pedra no Uber”, compara Thiago, um médico entrevistado no post linkado. Para ele, não há razão para a telemedicina não ser empregada, pois já vem sendo usada com sucesso em países de primeiro mundo.  

O problema, conforme Carlos Júlio, é justamente a carência de cultura digital no país. Com trânsito entre grandes nomes do empreendedorismo brasileiro, Carlos diz que mesmo em C-level, ou seja, no alto escalão corporativo, ainda há pouco entendimento do que é a cultura digital. 

“A cultura do digital é a cultura do erro, enquanto aqui ainda estamos na cultura do acerto. É a cultura das metodologias ágeis, do calendário semanal e não anual. Se nós não fizermos a transformação digital, não vamos fazer o catch up com o primeiro mundo”, defende Carlos.

Empreendedorismo digital na área da saúde: desafios

Evitar ser o dono da razão é um ponto-chave. Os médicos entrevistados no post linkado no subtítulo acima citam casos de como novas oportunidades surgem quando se está aberto para sugestões, sejam elas de colaboradores, clientes ou fornecedores. 

Estudar o mercado também é fundamental. Existe uma lógica e uma estratégia por trás do empreendedorismo que pode ser, se não aprendida, ao menos baseada ou copiada na experiência de outros empreendedores. Livros e outras fontes de informação ajudam muito numa área que não se aprende na faculdade, apenas no cotidiano do mercado.

O recado final é otimista. Ambos consideram haver espaço para todos no mercado de inovação tecnológica em saúde. “Há muito mais dores que precisamos atacar do que players no mercado. E o tempo inteiro nos damos conta de que novas soluções são necessárias”, conta Jamil.

Avaliação de Tecnologias em Saúde

Cláudio Tafla, cardiologista, é especialista no tema. Ele concluiu a graduação em medicina em 1990 na Pontifícia Universidade Católica (PUC), de São Paulo, e especializou-se em administração em saúde pela Harvard School of Public Health, em 2012.

Segundo Tafla, as novas tecnologias precisam ser bem escolhidas para de fato entregarem melhorias para o setor de saúde. O médico tem um papel decisivo na avaliação de tecnologias em saúde, pois é ele, na maioria dos casos, quem prescreve o que será usado pelo paciente. 

Tafla defende bom senso entre os profissionais, principalmente quando ocorrem ações judiciais que obrigam a incorporação de novidades com altíssimo custo e baixa prevalência, lembrando que são decisões que afetam diretamente o erário.

 “Temos experiência de drogas que custam milhões de reais competindo eventualmente pelos mesmos recursos públicos que dariam para tratar doenças mais prevalentes e incidentes, que podem ter resultados melhores e mais eficazes em termos de saúde populacional”, alerta.

Cuidando do paciente digital

Na saúde digital, a comunicação com o paciente deve ser clara e precisa. Entretanto, para oferecer uma experiência que atrai e fideliza mais pacientes, é preciso ir além. A educação em saúde do paciente é essencial para torná-lo mais engajado com o próprio cuidado e, consequentemente, com o trabalho do médico.

As ferramentas virtuais felizmente trazem possibilidades únicas para a experiência do paciente, podendo tornar o cuidado com a saúde mais lúdico. 

As redes sociais dos pacientes podem ser uma ferramenta de engajamento eficaz. Além disso, mudar o contexto das rotinas dos pacientes, propiciando escolhas mais automáticas baseadas em neurociência, podem ajudar neste processo. 

Quase dois terços desta amostra global de pacientes disseram que estão dispostos a acessar serviços de saúde por meio de empresas que não são normalmente associadas à área, como Amazon, Apple e Facebook. 

A mistura entre elementos físicos e humanos com interações digitais pode resultar em melhores experiências para o usuário, especialmente em situações onde há necessidade de explicação ou personalização. 

A inovação médica na Era da Saúde Digital

A OMS propõe um modelo de inovação em saúde com base em três pilares:

  • inovação científica (pesquisa e desenvolvimento);
  • inovação empresarial;
  • inovação social. 

Essa proposta é semelhante ao tripé de desenvolvimento, que, segundo alguns analistas econômicos, foi responsável pelo forte crescimento da China e outros países asiáticos. Nele, as universidades, a iniciativa privada e os governos coordenavam seus esforços para o desenvolvimento de novas tecnologias e processos.

No Brasil, uma das grandes novidades na inovação médica foi a criação de incubadoras e aceleradoras de startups médicas cuja função é facilitar a captação de recursos e o estabelecimento de parcerias. Nos últimos anos, surgiram:

  • em 2018, o Hospital Albert Einstein lançou a eretz.bio, que já “incubou” em mais de 30 startups;
  • também em 2018, a Dasa auxiliou na fundação da Cubo Health, que hoje tem 18 startups incubadas.

Outro meio de incentivar a inovação é o reconhecimento das iniciativas de saúde digital no Brasil. Por isso, o Prêmio Abril & Dasa de Inovação Médica é oferecido anualmente sob curadoria da Veja Saúde. A premiação é dada a projetos das seguintes áreas:

  • prevenção;
  • genética;
  • medicina diagnóstica;
  • tratamento;
  • medicina social.

Medicina digital: o futuro da saúde

A medicina dos anos de 2021 não aposentou os estetoscópios, mas deu sensores e microchips a eles. Veja os avanços de algumas áreas: 

  • Tele Pneumologia: realização de estudos espirométricos e broncoscópicos à distância, com expertise remota de médico pneumologista;
  • Telerradiologia: utilização de algoritmos de inteligência artificial para reconhecimento de padrões e alterações de exames de imagem, também podendo ser ratificados por médico radiologista remotamente;
  • Cardiologia digital: coleta de holter 24h via aplicativo para smartwatch, bem como controle e ajuste remoto de marca-passo;
  • Neurologia e neurofisiologia: realização de eletroencefalogramas e polissonografias domésticas, laudadas por médico neurologista ou otorrinolaringologista também sem necessidade de deslocamento.

Machine Learning

O Aprendizado de Máquina ou Machine Learning (M.L.) é um campo da Inteligência Artificial focado na criação de algoritmos adaptáveis. Em outras palavras, esses softwares são capazes de aprendizado implícito e autônomo. Eles são divididos em três subtipos:

  1. Aprendizado Supervisionado — é o mais simples  e popular. Neles, os algoritmos são treinados previamente por pessoas que os ensinam como reagir a determinados inputs, como uma pergunta ou um comando computacional. Depois disso, esses sistemas vão tentar generalizar as regras autonomamente. Para melhorar a precisão, os desenvolvedores fazem diversas correções. À medida que a máquina aprende os novos padrões dados pelas correções, ela se torna mais “inteligente” e menos dependente de treinamento. Esse tipo é útil para a execução de tarefas pré-definidas e objetivas, como um chatbot que marca consultas no site da sua clínica;
  2.  Aprendizado Não-Supervisionado — Fornecemos as entradas para o algoritmo e este será responsável por detectar padrões semelhantes entre os dados fornecidos e classificá-los de acordo com suas semelhanças. Eles são usados na ciência dos dados, como em tarefas de estratificação de pacientes;
  3. Aprendizado Semi-Supervisionado — é uma associação dos dois tipos anteriores.  

Inteligência Artificial na Medicina

A empresa britânica de tecnologia DeepMind, adquirida pela Google em 2014, treinou um algoritmo para identificação de lesões retinianas com uma taxa de acurácia semelhante à de oftalmologistas experientes. Ferramentas de apoio à decisão clínica e chatbots para orientação remota são outras aplicações da I.A. em franco desenvolvimento.

Drones na medicina

O mercado de drones e VANTs movimenta mais de USD 127 bilhões todos os anos, e algumas empresas estão começando a basear seus modelos de negócios contando com drones. 

O transporte de insumos e materiais por drone na saúde não são algo do amanhã, são algo do hoje, que poderia já estar em emprego desde ontem. Os hospitais de campanha e covidários, muitas vezes precários e sem apoio técnico ou diagnóstico, poderiam ter-se beneficiado em muito com drones, auto-pilotados ou não, para levar amostras biológicas ou mesmo vacinas Brasil afora, poupando recursos financeiros e humanos (evitando exposições de profissionais de logística e apoio médico ao SARS-CoV 2). Isso tornaria muito mais fácil o combate à pandemia. 

Com o recrudescimento do número de casos novos e a necessidade de distribuição de vacinas importadas para todo o Brasil, algumas centenas de drones poderiam resolver o problema de milhares de carros, caminhões e outros veículos de transporte tradicionais. E isso pouparia a saúde de muitos profissionais de logística envolvidos no processo de distribuição.

No blog do Saúde Digital, você poderá se aprofundar neste e em muitos outros temas, como a telemedicina. Sempre que tiver uma novidade o SD vai atualizar este guia para que você tenha o conteúdo mais atualizado e relevante dentro da medicina 4.0. O SD sabe que o comportamento do seu paciente está mudando e vamos ajudá-lo a ter sucesso nesse novo cenário.

Quer se diferenciar, conquistar mais pacientes ou dar novos passos na carreira na Era da Saúde Digital? Então, não deixe de acessar nossa comunidade exclusiva para médicos gratuita, o SD Conecta! Além de discutir o tema com colegas, você terá acesso a videoaulas com as maiores referências em empreendedorismo e inovação médica!

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